16-06-12 - Amanhecemos na praia do Hermenegildo! Estava muito frio e ventoso. O mar batia forte na escadaria da Iemanjá, que deveria ser o acesso a areia!
A atmosfera de abandono dava uma sensação de paz ao mesmo tempo que de intimidade aconchegante
Não pude deixar de pensar no frio que a turma da Sol de Indiada estaria passando nas barracas, sacudidas pelo vento (eles haviam saído uns dois dias antes numa caminhada de 230 km do casino ao Chuí, pela areia)
Nascido em Santa Vitoria do Palmar, hj ele vive bem no finalzinho do Brasil, depois do farol da Barra, um pouco antes da ponte da divisa com o Uruguai.
Hamilton usa uma casa abandonada pela Marinha como museu de exposição permanente de suas obras. Essa casa, que ja serviu como base para operações de repressão, no tempo da ditadura, enfim recebeu a absolvição pelo resgate de uma função social> hj ela acolhe a ONG BALLAENA AUSTRALIS idealizada por Hamilton e a colaboração da dedicada Malena Mesquita.
A sede é muito limpa e organizada! Nota-se o carinho com que tudo é ajeitado para receber os estudantes que visitam a ONG semanalmente para aprender arte e educação ecologica, pelo Programa Arte e Consciencia da Secretaria de Educação de Sta Vitoria do Palmar! Os alunos tb participam de oficinas junto ao artista. Hamilton tb visita escolas como palestrante.
Não tem como não ficar a vontade, sendo recebido por animais domesticos que ali chegam e escolhem ficar para morar, acho que pelas boas vibrações...
Todas as obras tem conteudo ecologico, mas essa, abaixo, especialmente me impressionou- é um cranio de toninha, recheado por engrenagens de uma velha tv, e as raizes vão fluindo até terminarem em torneiras pingando!
Esta obra tem uma historia interessante- qdo foi exposta no Centro Cultural Mario Quintana em Porto Alegre, roubaram a boia de vidro que esta apenas colocada (solta) dentro do osso! No retorno da obra, o Hamilton teve que encontrar outra boia para repor!
Mais "achados" que viram mensagens nas mãos do Hamilton!
Frases de Hamilton Coelho - "A criação vem da ação! Faz parte do ato e não uma meditação, é um impulso, ela aparece" e " Os materiais a beira mar são sempre uma surpresa, tu ta nabusca, tu sai, mas tu não encontra, eles aparecem..."
Volto a ressaltar o carinho com que estão cuidando do museu e da casa que o abriga! Por varias vezes sentei e até deitei para fotografar e tudo estava bem limpo e bem cuidado! Não ficam devendo em nada aos museus mais institucionais da capital.
Imagino o trabalho e logistica pra trazer isso tudo, de uma praia que ja conhecemos o quanto selvagem é! Tem dias que ele sai para as areias e tem que esperar os humores da natureza para poder retornar!
A historia de Hamilton como escultor começa na infancia quando, trabalhando a terra junto com seu pai, encontra enterrado uma ferramenta de entalhar madeira, guardada por ele e selando seu destino!
Ficamos, junto com o amigo de Hamilton, Alexandre, ouvindo divertidas historias de resgates pelas areias!
Este é o quintal - o atelier que trabalha é todo feito com material reciclado e não usa cimento. Agora esta desenvolvendo um projeto de bio telhado. Enfim, ele não para...
Mais uma do Hamilton - " Talvez seja aqui, no fim, o começo de minha idéia"!
Obrigada, Hamilton, pela recepção e carinho!
Depois de enchermos nossos olhares com arte de conteudo, nos sobrou o lindo amanhecer do Taim, na volta pra casa!
A atmosfera de abandono dava uma sensação de paz ao mesmo tempo que de intimidade aconchegante
Não pude deixar de pensar no frio que a turma da Sol de Indiada estaria passando nas barracas, sacudidas pelo vento (eles haviam saído uns dois dias antes numa caminhada de 230 km do casino ao Chuí, pela areia)
HAMILTON COELHO -ESCULTOR
Já tinhamos ouvido falar, e até mesmo visto o Hamilton, com sua Toyota, nas areias da enorme praia que vai do Chuí ao Cassino, sempre garimpando achados de naufragios e restos de baleias.
Desta vez, resolvemos conhecer esse diferente tipo de herói que guarda a nossa fronteira do extremo sul!
Ao contario de alguns artistas, que se escondem atras de uma aura inascessivel, o Hamilton é extremamente simples. Não no sentido raso da palavra, pois o isolamento não o impede de citar trechos de Eduardo Galeano, bem como de receber visitantes como Jorge Mautner e o empresário Johanppeter, da Gerdau (que adquiriu uma obra sua). Isso sem citar sua coleção de livros...
Nascido em Santa Vitoria do Palmar, hj ele vive bem no finalzinho do Brasil, depois do farol da Barra, um pouco antes da ponte da divisa com o Uruguai.
Hamilton usa uma casa abandonada pela Marinha como museu de exposição permanente de suas obras. Essa casa, que ja serviu como base para operações de repressão, no tempo da ditadura, enfim recebeu a absolvição pelo resgate de uma função social> hj ela acolhe a ONG BALLAENA AUSTRALIS idealizada por Hamilton e a colaboração da dedicada Malena Mesquita.
A sede é muito limpa e organizada! Nota-se o carinho com que tudo é ajeitado para receber os estudantes que visitam a ONG semanalmente para aprender arte e educação ecologica, pelo Programa Arte e Consciencia da Secretaria de Educação de Sta Vitoria do Palmar! Os alunos tb participam de oficinas junto ao artista. Hamilton tb visita escolas como palestrante.
Não tem como não ficar a vontade, sendo recebido por animais domesticos que ali chegam e escolhem ficar para morar, acho que pelas boas vibrações...
Todas as obras tem conteudo ecologico, mas essa, abaixo, especialmente me impressionou- é um cranio de toninha, recheado por engrenagens de uma velha tv, e as raizes vão fluindo até terminarem em torneiras pingando!
Estas são mandíbulas de baleia - note as cavidades de onde outrora saíam os dentes! Note tb a sensibilidade do arranjo para a instalação das mesmas!
Esta obra tem uma historia interessante- qdo foi exposta no Centro Cultural Mario Quintana em Porto Alegre, roubaram a boia de vidro que esta apenas colocada (solta) dentro do osso! No retorno da obra, o Hamilton teve que encontrar outra boia para repor!
Esta fantastica escultura tem um apelo ecologico com uma linguagem que lembra muito Dali e com metodos de coleta na natureza que coincidem com os do escultor naturalizado brasileiro Krajcberg (com denuncia ambiental), duas influencias assumidas por Hamilton no filme ATRAVES DE UMA ESCULTURA da Cubo Filmes e Gramaticas Cinematograficas (esse filme pode ser adquirido junto a ONG)
São narizes, que sustentando o globo, respiram atraves de tubulaçoes que se enroscam e que tb parecem terminar em orificios nasais! É muito impactante! Infelizmente estavamos com uma lente nova na camera, e não nos adaptamos logo com ela, então as fotos não fazem jus!
Mais "achados" que viram mensagens nas mãos do Hamilton!
Volto a ressaltar o carinho com que estão cuidando do museu e da casa que o abriga! Por varias vezes sentei e até deitei para fotografar e tudo estava bem limpo e bem cuidado! Não ficam devendo em nada aos museus mais institucionais da capital.
Imagino o trabalho e logistica pra trazer isso tudo, de uma praia que ja conhecemos o quanto selvagem é! Tem dias que ele sai para as areias e tem que esperar os humores da natureza para poder retornar!
A historia de Hamilton como escultor começa na infancia quando, trabalhando a terra junto com seu pai, encontra enterrado uma ferramenta de entalhar madeira, guardada por ele e selando seu destino!
Ficamos, junto com o amigo de Hamilton, Alexandre, ouvindo divertidas historias de resgates pelas areias!
Mais uma do Hamilton - " Talvez seja aqui, no fim, o começo de minha idéia"!
Obrigada, Hamilton, pela recepção e carinho!
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