sábado, 11 de dezembro de 2010

VELEJANDO NO CANAL DE BEAGLE E MUSEU DO PRESIDIO

10-12-10 – Acordamos com sorte! O tempo melhorou e vamos fazer um passeio de veleiro pelo Canal de Beagle!
Pagamos 230,00 pesos cada, o que da em torno de 115,00 reais... Tivemos que reforçar a idumentaria, pois no mar o vento é mais cruel! ADORAMOS o silencio das velas! Do mar via-se perfeitamente o final da cordilheira dos andes, a parte chilena, a cidade de Ushuaia.

Não há gelo na agua, como eu fantasiava... isso so nos fiordes chilenos, no lado do Pacifico, ou descendo de navio para o polo sul, mas teriamos que dispor de uns 11 dias! E alguns milhares de dolares!

Passamos por uma ilha repleta de pássaros e outra com uma colonia de barulhentos lobos marinhos. O lobo maior e mais escuro é o macho, cercado de seu harém e filhotes. Ele fica esticando a cabeça para o alto, numa atitude... bem, de macho, com seu harém e cercado de filhotes!!!

Depois descemos numa ilha, onde tem um farol muito antigo, e varias espécies de algas...
Vimos tb os vestigios dos indios yamana, os quais Darwin se enojou ao ve-los, pois andavam nus e cobertos de óleo de lobo marinhos que usavam para selar a pele e não sentir tanto frio (imagina que cheirosinhos). Isso devia funcionar, pois qdo mediram atemperatura corporal deles, surpreenderam-se com os 38 graus, que para nós já seria uma febre!

Os yamanas sempre mantinham suas fogueiras acesas, pois reinicia-las neste vento seria uma tarefa árdua, então, cada nucleo familiar tinha a sua. Daí veio o nome Terra do Fogo, dado por Fernão de Magalhães, que avistou inumeras fogueiras nas margens da ilha.

Depois, a tarde, segui para uma visita ao Museu do Presídio. O Darci preferiu ir tomar uma cerveja e dormir. Saí de lá meio deprimida... esse museu foi criado em 1902 e funcionou ate 1947. Fazia parte da tentativa da Argentina de tomar cta da região, constantemente disputada com os chilenos... Os proprios presos construiram o presidio, em condições subhumanas e agrilhoados para não fugirem (para onde...). Além desse trabalho, construiram os trilhos do trem do fim do mundo e tb trabalhavam  como lenhadores nos bosques congelados da região...

Vinham para esse presídio desde presos politicos, como um jovem anarquista russo e tb o famoso escritor Ricardo Rojas (que escreveu O Arquipelago com as memorias daqui), como tb criminosos comuns e assassinos. Todos tinham a identificação do seu tipo de delito atraves de um numero no seu uniforme listrado!

Algumas alas foram usadas para exposição de artefatos da época, uma é o Museu Maritmo... Contudo, uma delas está como era... ali, propositalmente não há o costumeiro aquecimento dos predios daqui, acho que para que sintamos o ambiente na sua plenitude!
Havia nos corredores 2 aquecedores a lenha no meio deles.

As celas são muito pequenas, 1,90 X 1,90 (tem algumas em outra ala um pouco maiores)
As janelas muito altas têm duas fileiras de grades e um vidro...
Mal cabe uma cama, as vezes era um beliche, e uma cadeira.
Os banheiros, um semi circulo de gabinetes com cloacas no chão...
Os banhos, coletivos, com um sistema de encanamentos no alto, com chuveiros de agua gelada!

Qdo fecharam esse presidio, a marinha ocupou-se do predio. Utiliza as outras alas até hj.

Realmente, saí de lá meio baixo astral.

OBS: há uma foto de uma foto, de um farol e logo após tem outra dos pedaços de farol , de madeira... são do Farol do Fim do Mundo (o memso do livro homonimo de Julio Verne). Esse foi o segundo farol da Argentina... ou o que sobrou dele! Ficava numa ilha mais ao leste daqui, a Ilha dos Estados.

Uma curiosidade sobre o sistema de esgotos atual de Ushuaia: não podem lançar os residuos ao mar, como tantas outras cidades costeiras, ou fazer uma estação de tratamento, pois a agua é tão fria, que as “coisas” não desintegram, nem as bacterias conseguem vingar... então há´uma tubulação que os leva até a cidade de Rio Grande, mais ao norte da ilha, que faz o tratamento!

A noite, quer dizer 21 hrs e dia claro por aqui, fomos jantar: comi uma deliciosa sopa de centollas (aquele enorme carangueijo patagonico) regada a vinho. O Darci: carne, carne, carne!

Bjs com saudades
Helen e Darci
















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